Editora: Studio Sala de Aula
Acabamento: capa cartonada
Cor do miolo: preto
Formato: 15,5 x 23 cm
Páginas: 518
Edição: 1ª
Ano: 2021
Idioma: Português
País de Origem: Brasil
Classificação: não disponível
Categorias: coletânea, não ficção
A coletânea “Pluralidades do Sentir: Artes Plásticas, Dança e Teatro no Direito Brasileiro” compõe-se de 28 ensaios escritos por 40 autores que analisam pela lente jurídica diversas manifestações de artistas brasileiros, desde as artes plásticas, passando pela dança e pelo teatro. É uma obra rica de significados, escrita por muitas mãos e corações. Os autores são pessoas imbuídas de levar emoção e afeto para o Direito. Trazem a perspectiva teórica de eleger na cultura brasileira o diálogo para leituras novidadeiras. O movimento que se pretende é mostrar que a perspectiva da leitura do direito pelas artes fortalece novos lugares de pensar e sentir, além de mostrar a importância das construções artístico-culturais produzidas por nosso povo. Na década de 70, portanto há 50 anos, o escritor paraibano Ariano Suassuna idealizou o Movimento Armorial que, em linhas gerais, tinha a pretensão de valorizar a arte genuinamente brasileira. Vemos muitas propostas que relacionam o Direito à Arte. Porém, não poucas são as junções que enfocam as artes e os cânones estrangeiros. Mais uma vez caímos no colonialismo e na exacerbação da valorização do que vem de fora, do que é produzido em outros países. Se existe um elemento essencial para conhecer seu povo, sem dúvida alguma, a arte figura no topo dessa leitura de códigos de conviviabilidade e sociabilidade. Perquirir à arte brasileira que direitos estão ali de forma real, ausente, imaginada, como possibilidade futurística, é um exercício hermenêutico potente que, dentre outras coisas, permite verificar que o direito é, antes de mais nada, uma expressão cultural de seu povo. Valorizar nossas produções artísticas, conceber que podem nos fazer refletir, ensinar e aprender, pode contribuir para uma sociedade mais igualitária. As cidades brasileiras com bibliotecas, livrarias, teatros, encontros literários, rodas de leitura, incentivo à produção cultural nos mais diversos segmentos artísticos, saraus, festivais de dança, mostra de arte são poucas e estão concentradas nas capitais. Nos interiores de nosso país, a arte e os direitos sociais chegam com muita dificuldade. Há muitas cidades que sequer possuem uma delegacia das mulheres, nem possibilidade das violentadas pelo patriarcado se expressarem artisticamente. É preciso ter esse olhar atento e lutar por uma sociedade inclusiva. É essa a função das leis e da aplicação do direito nos casos concretos. Uma sociedade que se preza, valoriza arte e artistas; valoriza toda a multiplicidade cultural e todos aqueles excluídos por questões que envolvem gênero, raça e classe social. O Direito encontra na Arte um ancoradouro, uma rodovia, uma ponte, um caminhar. Desse encontro, nascem castelos, periferias, muros, palcos, existências, expressividades e coletividades.Trazer a Arte para o Direito é mais do que um exercício de sensibilidade. É uma prática de coerência com o que se faz e se escreve, com o que se fala e se vive. Não adianta pregar uma coisa e fazer outra. Falar que defende minorias e apoia governantes massacrantes, políticos corruptos, candidatos machistas, misóginos, racistas e preconceituosos. A incoerência permite que governantes autoritários, com verdadeiro espírito de subordinar o coletivo através de múltiplas violências sociais e simbólicas, cheguem ao poder e sufoquem as artes dos menos favorecidos e até dos artistas consagrados, perseguidos quando não os apoiam. Que sejamos plurais e com perspectiva transdisciplinar de fazer assimilações com as ciências num exercício que coloca na obra aberta quem somos, num exercício de alteridade e fraternidade.Que “Pluralidades do Sentir: Artes Plásticas, Dança e Teatro no Direito Brasileiro” exale novos ares. De renovação!
Autorias:
Ádamis Silva Oliveira Júnior, Adinelson Farias de Souza Filho, Alice Perdigão Lana, Almir Megali Neto, Andreza Rodrigues, Bianca Rosenthal, Binho Cidral, Carla Estela Rodrigues, Cecília de Amorim Barros Ramalho, Deko Alves, Edith Amara Rodrigues da Silva, Eduardo Guedes Pacheco, Eloisa Pissaia, Ezilda Melo, Giulia Athayde, Gustavo Seferian, Jane Hilda Mendonça Badaró, Janine Nina Fola Cunha, João Paulo Allain Teixeira, Júlio César Soares da Silva, Letícia Sampaio, Letícia Vita Nunes Ramalho, Manuellita Hermes, Margarete Terezinha de Andrade Costa, Marco Aurélio Serau Junior, Marcos Freitas, Maria Carolina Fernandes Oliveira, Marta Gama, Mateus Miguel Oliveira, Paulo Ferrareze Filho, Paulo Silas Filho, Simone Henrique, Rayann Kettuly Massahud de Carvalho, Renê Hermano de Souza, Roberta Oliveira Lima, Tainã Góis, Tatyana Scheila Friederich, Vinícius Cidral, Wagner de Oliveira Rodrigues, Yara Cristina Maria Lavezzo.